quinta-feira, 18 de março de 2010

Padrão de Interferência


Mente, Humana, Demasiadamente, Mundana,
Desde o pequeno, Até o grande, Indecifrável e eloqüente, Membrana,
Em todas as histórias, É incerta, Em todos os n-versos, É incompleta,
Tenta matar o gato, Que está morto-e-vivo,
Cinqüenta por cento morto, Cinqüenta por cento vivo,
Com uma pistola de elétrons, Ela brinca,
Com os olhos bem abertos, Se intriga, Não pára,
O padrão de interferência, Se esvai,
O próprio próton em valência, Decai,
Aquela velha força fraca, Se destrói,
E o bóson mais querido, Corrói,
O super-espaço-tempo, Passa,
A nossa grande, vermelha, Colapsa,
A fria escuridão então, Abraça,
A desordem nos golpeia, A massa,
Macroestado desnorteia, E laça,
A grande cela do infinito, Sem graça,
Perde o sentido evolutivo, Amordaça,
A atrativa sem valor, Arregaça,
Rasga, Morde, Desgraça,
Enrugada e carcomida, Com raça,
Potente e cheia de brio, Realidade,
A ninfa feia do rio, Gravidade.

I see no God up here


A onipotência tem seu valor, mas é inexoravelmente falha.
Algo onipotente teria a potência infinita e criaria todo o tipo de coisa.
Mesmo uma coisa que este não tivesse potência para carregar.
A onipotência portanto é falha, ou melhor, inexistente.

A onisciência tem seu valor, mas é inexoravelmente falha.
Algo onisciente teria a ciência infinita de todo o tipo de coisa.
Na onisciência há uma interação com o universo, seja ela a mais simples, uma observação.
O universo "interferido" perde o seu padrão de interferência, sua soma de todas as histórias e torna-se "particular".
A onisciência portanto é falha, ou melhor, inexistente.

A onipresença já é mais complicada.
Ela tem seu valor e não é inexoravelmente falha.
Tampouco mentirosa.
Mas até aí, já estamos acostumados com o tecido do cosmo nos rodeando pra cima e pra baixo mesmo.